14 de dezembro de 2013

Paulo Leminski ontem, hoje e sempre


''O poeta Paulo Leminski escreveu quatro biografias e manifestou o desejo de vê-las publicadas juntas:



 ''Matsuó Bashô: a Lágrima do Peixe ''(1983),'' Cruz e Sousa: o Negro Branco'' (1983), ''Jesus a.C. ''(1984) e ''Trotski: a Paixão Segundo a Revolução''(1986), que, nesta ordem, haviam sido publicadas originalmente em edições individuais pela Brasiliense. Agora, são lançadas pela Companhia das Letras. Leia trecho a seguir:
"Blues & Souza

'vou botar minha cabeça
em alguma linha solitária
da estrada de ferro
tomara que o trem das duas e dezenove
acalme a minha mente'
BLUES DA ESTRADA DE FERRO

'what to be, got to be'
BOB MARLEY

É triste. Mas os sentimentos são históricos.
Vê lá se o amor romântico homem-mulher, tal como o Ocidente o concebe, o idílio namoro-paixão, não é uma invenção dos poetas trovadores da Provença medieval, flor das cortes condais e baronais do sul da França. Sentimentos são padrões. Podem entrar na moda. E marcar épocas, momentos e circunstâncias históricas.
Por isso, sentimentos podem ter um nome.
Quero falar de quatro sentimentos, quatro feelings, historicamente datados e localizados. Sabishia. Spleen. 'banzo'. E blues.
A experiência sino-japonsa do zen conquista (consiste) na obtenção de um 'estado'. Um status espiritual?
Entre os componentes desse estado zen, os entendidos costumam incluir um feeling de sabishisa. Sabishi, em japonês, quer dizer, mais ou menos, 'tristeza'. Sabishisa é tristeza. Essa 'tristeza' é uma condição de abatimento emocional diante das coisas e do fluxo dos eventos: a tristeza de quem sabe que as coisas passam, nada dura, tudo é fluxo, metamorfose e impermanência, heraclitiano fundamento do budismo em geral."


Por: Kleber Luiz Pereira
Fone:41-9763-0558

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