6 de julho de 2012

O Brasil registrou 790 casos e 85 mortes por influenza A (H1N1)


 O Brasil registrou 790 casos e 85 mortes por influenza A (H1N1) - gripe suína do início de 2012 até o fim de junho.
A quantidade de pessoas que adoeceram é quatro vezes superior aos 181 casos detectados em 2011 e os óbitos correspondem a três vezes os 27 computados no ano passado. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério da Saúde. Desde o último balanço do órgão, que abrangeu o período até o dia 25 do último mês, foram reportados 86 novos casos e mais oito mortes.
Apesar do avanço da doença, a posição oficial do Ministério da Saúde é que não há epidemia. De acordo com o órgão, em 2012 está havendo uma circulação maior do vírus da influenza A (H1N1) - gripe suína em relação ao ano passado. Não existe motivo definido para o fenômeno, mas a alternância da circulação de subtipos do vírus da gripe seria comum e haveria pouco risco de uma pandemia como a de 2009, quando ocorreram 2.060 mortes no Brasil.

Desde que o inverno deste ano começou, todas as regiões do país já apresentaram casos da doença. A maior parte dos estados registrou a gripe, com exceção de Rondônia, Roraima, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Distrito Federal. A situação é mais grave no Sul, onde as secretarias de Saúde estaduais computaram 74 mortes até a tarde de quinta-feira (5). O número do Ministério da Saúde para a região, menos atualizado, é de 51 óbitos.

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde mantém equipes monitorando os casos de gripe e analisando a situação da transmissão do vírus. Uma dessas equipes está desde 14 de junho em Santa Catarina, onde há o maior número de casos. Além disso, de acordo com o ministério, na última semana foram enviadas para o Sul e para São Paulo 51.190 caixas de Tamiflu (medicamento utilizado no combate à Influenza H1N1).

Este ano, houve campanha nacional de vacinação contra a influenza A (H1N1) - gripe suína para o inverno de 2012. Os grupos considerados de risco - idosos, crianças menores de 2 anos, grávidas e povos indígenas - foram imunizados gratuitamente nos postos de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização atingiu 80% do público alvo. Quem não se enquadra nos perfis descritos e deseja se vacinar, tem que fazê-lo por meio do sistema privado de saúde. As vacinas custam em média R$ 60.

Além da vacina, outras medidas para prevenir o contágio pela gripe são lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel; evitar levar à mão à boca na hora de tossir ou espirrar (a higiene deve ser feita com lenços de papel) e restringir a frequência a locais com grande aglomeração de pessoas.


  Influenza A (H1N1): Perguntas e Respostas

14/10/2009 , às 10h25
Perguntas e respostas
1. Definição
- O que é influenza A (H1N1)?
É uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus A (H1N1). Este novo subtipo do vírus da influenza é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.
- O que significa H1N1?
Hemaglobulina 1 e Neuraminidase 1. Existem vários números, dependendo do tipo de vírus.
- Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. Deve-se orientar a população a procurar seu médico ou um posto de saúde quando do aparecimento dos sintomas.
- Esse vírus influenza A (H1N1) é mais violento e mata mais do que o normal?
Até o momento, o comportamento da nova gripe se assemelha ao da gripe comum. Ou seja, o vírus A (H1N1) não se apresentou mais violento ou mortal. No entanto, estudos mais aprofundados ainda devem ser realizados, em todo o mundo, para esclarecer o comportamento do novo vírus.
2. Transmissão e medidas de prevenção
- Como ocorre a transmissão?
O vírus é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou do espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas.
- Quando infectada, por quanto tempo uma pessoa com o vírus da nova gripe transmite a doença?
O período de transmissibilidade da doença é diferente entre adultos e crianças. Nos adultos, o período é de sete dias após o aparecimento dos sintomas, enquanto em crianças este período vai de dois dias antes até 14 dias após o início dos sintomas.
- Quais as medidas de prevenção que devem ser repassadas à população?
A população deve ser orientada a tomar alguns cuidados de higiene, como lavar bem e com freqüência as mãos com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
- Existe transmissão sustentada do vírus Influenza A (H1N1) no Brasil?
De 24 de abril, data do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento da doença, até 15 de julho, o Ministério da Saúde só registrou casos no país de pessoas que contraíram a gripe no exterior ou de pessoa que esteve fora do Brasil. Em 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da doença sem o vínculo com viagens ou contato com passageiros internacionais. A partir daí, foram adotadas as estratégias para lidar com esta nova realidade, como a integração de toda a rede de saúde, para manter e reforçar as medidas de atenção à população.
- Por que a doença atinge mais os jovens?
Embora a incidência da doença seja maior entre jovens, ainda não há estudos mundiais conclusivos sobre a transmissibilidade da doença, ou seja, que esclareça melhor o comportamento da nova doença.
- Qual a orientação do Ministério sobre frequentar locais fechados?
A recomendação é evitar locais com aglomerados de pessoas, pois isso reduz o risco de contrair a doença.
- É preciso usar máscara em lugares de grande circulação, para evitar o contágio?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas. Por isso o uso de máscaras pela população não é recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, quem está doente deve fazer uso de máscara quando houver necessidade de contato com outras pessoas, para não transmitir o vírus.
- É possível ser infectado com a influenza A (H1N1) enquanto está com gripe comum?
Não. Um dos motivos para que isso ocorra é a concorrência natural entre os vírus, o que leva à predominância de um em detrimento do outro. Por isso, não há infecção simultânea pelo vírus influenza.
- Uma pessoa pode ter influenza mais de uma vez?
Sim, mas não causada pelo mesmo subtipo de vírus e nem em um curso espaço de tempo. Isso porque a pessoa fica imunizada pelo subtipo de vírus depois de ter a doença. Também porque o vírus circula mais em um determinado período do ano (por isso é chamado de sazonal), especialmente no inverno, estação que varia de acordo com o hemisfério do planeta. No caso do Brasil, a circulação do vírus da gripe aumento no período de junho a outubro. Portanto, a probabilidade de uma pessoa contrair gripe nesse intervalo de tempo é maior.
- A pessoa que teve influenza cria imunidade ao vírus?
Sim. Esse comportamento é comum em infecções por vírus. Depois de contrair a doença, o organismo humano cria defesas contra o “inimigo”, evitando futuras infecções pelo mesmo vírus.
- Qual a influência das estações do ano na disseminação do vírus?
No inverno, em virtude das baixas temperaturas e da maior permanência das pessoas em locais fechados, o risco de transmissão é maior. Mas embora o risco de transmissão seja reduzido antes e depois do inverno, as recomendações para a prevenção do vírus influenza A (H1N1), bem como dos outros tipos de vírus da gripe, são as mesmas: lavar as mãos constantemente, evitar por as mãos na boca e nos olhos, evitar aglomerações em ambientes fechados, proteger a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, usar lenço descartável, limpar sempre as superfícies de mesas, telefones, maçanetas e outros móveis e objetos de uso coletivo, bem como ficar atento ao surgimento de casos da doença na comunidade, em ambientes de trabalho ou na escola.
- Qual a especificação da máscara a ser utilizada? Pode-se usar a comum ou a N95? Deve-se passar esta informação ao cidadão?
A máscara recomendada para uso é a máscara cirúrgica. A N95 é indicada apenas para profissionais de saúde que atuam junto ao paciente em procedimentos capazes de gerar aerossóis (partículas muito pequenas de saliva, que podem conter o vírus).
- Que medidas adotar para evitar a disseminação do vírus, a partir do momento em que o paciente procura o posto de saúde? É preciso usar máscara cirúrgica?
Se o paciente apresentar tosse ou espirro e secreções nasais, deve-se oferecer a ele máscara cirúrgica, para evitar a transmissão a outras pessoas.
- A pessoa assintomática pode transmitir o vírus?
Sim. É importante lembrar que as medidas de higiene respiratória e pessoal devem ser praticadas independentemente da presença ou não de sintomas, pois apresentam resultado muito importante na interrupção da transmissão.
- Durante o período de incubação, pode haver transmissão da doença? Ou ela só ocorre com a presença de sintomas?
Isto é raro de ocorrer, pois uma das principais formas de eliminação do vírus é pela tosse ou espirro. No entanto, a transmissão pode ocorrer em média até 48 horas antes do início dos sintomas.
- Quanto tempo o vírus resiste fora do organismo?
O vírus resiste de 24 horas a 72 horas fora do organismo.
3. Sintomas
- Quais são os sintomas dos casos graves da gripe causada pelo vírus influenza A (H1N1) e que devem ser encaminhados aos hospitais de referência?
Pessoas com febre acima de 38ºC, tosse, dispnéia (dificuldade respiratória), acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações gastrointestinais.
Os profissionais de saúde devem estar atentos aos fatores de risco, que são: idade inferior a dois anos ou superior a 60 anos, imunodepressão (como em pacientes com câncer ou em tratamento para AIDS), pacientes com hemoglobinopatias, diabetes mellitus, obesos (IMC > 35), cardiopatas, pneumopatas, doentes renais e pacientes com outras condições crônicas.
- Há possibilidade de o paciente ter a doença e não ter os sintomas?
Sim. Podem ocorrer casos assintomáticos, quando a pessoa tem o vírus no organismo, mas não apresenta os sintomas mais comuns, como febre alta repentina, tosse e dor nas articulações, entre outros.
- Sobre os sintomas, há algum que impreterivelmente esteja presente? Qual seria?
Febre e, em casos graves, além de febre e tosse, há dificuldade para respirar e outros sinais avaliados pelo médico.
- A diarreia é um dos sintomas da influenza A (H1N1)?
Algumas pessoas apresentam alterações gastrointestinais, como vômito e diarreia, mas estes são sintomas mais raros.
4. Medidas de biossegurança (ANVISA)
- O novo vírus influenza A (H1N1) é transmitido às pessoas mediante o consumo de carne de porco processada ou de outros produtos alimentícios?
Não há evidências de transmissão do vírus influenza A (H1N1) pelo consumo de carne de porco ou de quaisquer produtos alimentícios.
Ademais, os tratamentos térmicos utilizados comumente no cozimento da carne de porco eliminam qualquer vírus potencialmente perigoso e presente em carne crua.
Portanto, é importante que todos os alimentos, inclusive a carne de porco e seus derivados, sejam consumidos bem cozidos. Para que o cozimento seja adequado, a temperatura de 70°C tem que ser atingida em todas as partes dos produtos. As carnes devem perder a aparência rosa ou o aspecto sangrento.
- Quais cuidados os serviços de alimentação devem adotar durante a manipulação alimentos, inclusive da carne de porco?
As orientações sobre segurança na manipulação de produtos alimentícios devem ser aplicadas a todos os tipos de alimentos. As Cinco Chaves para uma Alimentação Mais Segura, publicadas pela Organização Mundial da Saúde trazem diversas diretrizes para a manutenção da inocuidade dos alimentos durante seu preparo. São elas: Mantenha a limpeza, Separe alimentos crus de alimentos cozidos, Cozinhe bem os alimentos, Mantenha os alimentos a temperaturas seguras, Use água e matérias-primas seguras. Informações mais detalhadas podem ser encontradas no endereço: http://www.who.int/foodsafety/consumer/manual_keys_portuguese.pdf
- Que outras medidas devem ser adotadas durante o manuseio de alimentos?
A carne e os produtos de suínos, manipulados de acordo com as práticas de higiene não são uma fonte de infecção. Além do controle da temperatura, durante a preparação dos alimentos deve-se evitar o contato direto ou indireto entre alimentos crus, semipreparados e prontos para o consumo para que os micróbios presentes no alimento cru não contaminem o alimento preparado.
Os serviços de alimentação devem redobrar os cuidados com a limpeza dos utensílios como: copos, pratos, talheres e panelas. As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos destinados à higiene pessoal, tais como, papel higiênico, sabonete líquido inodoro, produto anti-séptico (por exemplo, álcool a 70% em gel, ou líquido) e toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. A restrição à circulação de pessoas na cozinha deve ser rigorosa. Somente os manipuladores de alimentos devem ter acesso à cozinha, devidamente uniformizados.
Após serem submetidos à cocção, os alimentos preparados devem ser mantidos em condições de tempo e de temperatura que não favoreçam a multiplicação microbiana. Para conservação a quente, os alimentos devem ser submetidos à temperatura superior a 60ºC (sessenta graus Celsius) por, no máximo, seis horas. As pessoas que manipulam alimentos crus devem realizar a lavagem das mãos utilizando água corrente e sabonete antes de manusear alimentos preparados.
Os manipuladores que trabalham nos serviços de alimentação devem adotar procedimentos que minimizem o risco de contaminação dos alimentos preparados por meio da anti-sepsia das mãos, isto é, usando álcool a 70% em gel, ou líquido e pelo uso de utensílios ou luvas descartáveis. A adequada higiene das mãos e durante o manuseio de alimentos são medidas sempre importantes para garantir a segurança dos produtos alimentícios.
- É preciso usar máscara durante a manipulação de alimentos?
O uso de máscaras por manipuladores em serviços de alimentação não é obrigatório segundo a legislação sanitária federal. Além disso, os manipuladores que apresentarem sintomas da influenza A ou outras enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde.
- É preciso usar luvas durante a manipulação de alimentos?
O uso de luvas por manipuladores em serviços de alimentação não é obrigatório segundo a legislação sanitária federal. O emprego de luvas na manipulação de alimentos pode ocorrer desde que sejam observadas as perfeitas condições de higiene e limpeza destas. Ademais, seu uso não exime o manipulador da obrigação de lavar as mãos cuidadosamente.
- Manipuladores podem contrair o vírus durante o manuseio de alimentos?
Não há qualquer evidência da transmissão do vírus influenza A (H1N1) pela manipulação de carne de porco ou de quaisquer produtos alimentícios.
Entretanto, os mesmos cuidados adotados pelos consumidores devem ser seguidos pelos manipuladores de alimentos, como lavagem adequada das mãos, evitar tocar superfícies desnecessariamente, evitar tocar os olhos, boca e nariz e não compartilhar objetos de uso pessoal.
- Quais cuidados devem ser adotados ao frequentar serviços de alimentação, tais como restaurantes, lanchonetes, bares e cantinas escolares?
Primeira medida e a mais importante: lave as mãos, principalmente antes de consumir algum alimento. Sabemos que alguns micróbios vivem por algumas horas em superfícies como mesas de restaurantes, de cafeterias e maçanetas de portas. Portanto, evite tocá-las desnecessariamente.
Evite também tocar os olhos, boca e nariz após contato com essas superfícies e não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos. Beba muito líquido e prefira alimentos nutritivos. Além disso, não fale, cante, tussa, assovie ou espirre sobre os alimentos. Prefira os serviços de alimentação que sejam bem arejados e que não tenham aglomerações de pessoas.
- Deve-se evitar usar bebedouros públicos?
Sim. Recomenda-se que cada pessoa utilize copo ou garrafa plástica de uso pessoal. É importante que os bebedouros sejam higienizados com muita freqüência. Em caso de dúvida sobre a periodicidade da higienização, evite tomar água diretamente dos bebedouros.
- Onde posso denunciar irregularidades em serviços de alimentação?
Denúncias sobre irregularidades de serviços de alimentação devem ser encaminhadas diretamente à Vigilância Sanitária de sua localidade. Os contatos podem ser obtidos no sítio eletrônico da Anvisa: http://www.anvisa.gov.br/institucional/enderecos/index.htm
5. Tratamento
- A gripe A (H1N1) se cura sozinha ou todos os casos devem ser tratados com antiviral?
A maioria dos casos se apresenta da forma leve e se cura com hidratação, boa alimentação e repouso.
- Em casos suspeitos, quem deve prestar o primeiro atendimento ao paciente?
O paciente deve ser atendo na unidade de atenção primária (posto de saúde) mais próxima de sua residência. Se for o caso, a unidade de atenção primária encaminha o paciente aos hospitais de referência.
- A pessoa que estiver com suspeita da gripe A (H1N1), ao procurar um posto de saúde, não estaria expondo as outras pessoas? Por que não mandá-la diretamente ao hospital de referência?
Se o paciente apresentar tosse ou espirro e secreções nasais, deve receber máscara cirúrgica, para evitar a transmissão para outras pessoas. Grande parte dos casos de gripe pode ser tratado e acompanhado no ambulatório. Os hospitais de referência devem ser reservados para atender os casos graves.
- Qual o procedimento a ser adotado pelos municípios que não têm hospital de referência?
Todos os estados possuem um Plano de Enfrentamento de Pandemia, em que consta o fluxo de atendimento a ser cumprido e quais são os hospitais de contenção e de referência (retaguarda). A atenção básica tem um papel fundamental no monitoramento e acompanhamento dos casos leves, que correspondem à maioria.
- Para quem é indicado o tratamento com fosfato de Oseltamivir (Tamiflu)? O Ministério da Saúde liberou o uso do medicamento para todas as pessoas?
O Ministério da Saúde não recomenda o uso do Oseltamivir para toda a população porque o uso inadequado do produto pode levar à resistência do vírus ao medicamento. Além disso, o uso sem controle e desnecessário do Oseltamivir pode levar ao desabastecimento, o que traria danos a toda a população, além do risco de reação adversa.
Portanto, a medida adotada pelo governo brasileiro tem o objetivo de evitar que o vírus da nova gripe crie resistência ao único tratamento disponível no mundo. Além disso, o uso racional do Oseltamivir no tratamento da influenza A (H1N1) é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar maiores riscos à saúde pública.
Está indicado o uso do Oseltamivir para todas as pessoas que apresentarem a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): pessoa em qualquer idade com febre repentina acima de 38º, tosse e dificuldade de respirar (dispnéia) ou com outros sintomas, como dores no corpo e nas articulações. Esses são os indivíduos que exigem hospitalização. Também está indicado para os casos de pessoas que apresentem sintomas e façam parte do grupo de risco ou que apresentem fatores de risco para complicação da doença, com as mulheres grávidas.
- O tratamento se inicia mesmo sem a confirmação laboratorial? O que é feito com o paciente até sair o resultado final?
Para os casos em que está indicado o tratamento com o Oseltamivir, o procedimento deve ser iniciado independentemente do resultado de laboratório. A conduta clínica independe do resultado do exame.
- O remédio só faz efeito se for tomado até 48 horas após o início dos sintomas?
Esta é a evidência e a orientação do fabricante.
- Qual o tempo de duração do tratamento com Tamiflu?
A duração do tratamento é de cinco dias.
- Há Tamiflu específico para crianças?
Não há medicamento específico para crianças. O medicamento usado no tratamento da influenza A (H1N1) é o mesmo para todas as pessoas – crianças, adolescentes, adultos, idosos, profissionais de saúde e grávidas. O que varia é a dosagem, que é dada em comprimido para adulto e em solução oral para crianças. O protocolo do Ministério da Saúde estabelece que a dose para adultos é de 75 miligramas, duas vezes ao dia, o que corresponde à ingestão de dois comprimidos diariamente, durante cinco dias.
Para crianças acima de um ano de idade e menor que 12 anos com menos de 40 quilos, as doses variam de acordo com o peso. Crianças com menos de 15 quilos devem tomar doses de 30 miligramas, de 15 a 23 quilos tomam doses de 45 miligramas, de 23 a 40 quilos recebem 40 miligramas em cada dose e acima de 40 quilos, 75 miligramas.
- Qual a validade da matéria-prima em estoque para fabricação de Tamiflu?
Se a matéria-prima for mantida em toneis lacrados, a validade do produto é até 2016. Se os contêineres forem abertos, a validade cai para 2012.
- Existe alguma contra-indicação em relação ao uso de salicilatos (como aspirina) em casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo vírus influenza A (H1N1)?
Sim, apenas para menores de 18 anos. Os salicilatos, encontrados em analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios, são contra indicados para pessoas com idade inferior a 18 anos, por causa do risco de desenvolvimento da Síndrome de Reye, distúrbio raro do fígado e cérebro, que pode ser fatal.
6. Diagnóstico
- Quem faz a coleta de material biológico para análise laboratorial? O próprio posto de saúde, um laboratório especializado ou o hospital de referência?
Em todos os estados existem pessoas habilitadas para a coleta de amostras alocadas nos hospitais de referência. O exame laboratorial para diagnóstico específico de influenza A (H1N1) somente será indicado para:
1 – acompanhar casos de doença respiratória aguda grave, segundo avaliação do médico assistente; e
2 – em amostras de casos de surtos de síndrome gripal em comunidades fechadas, segundo orientação da vigilância epidemiológica local.
- O exame laboratorial já é realizado pela rede particular de saúde?
Não. O exame laboratorial está sendo realizado nos laboratórios de referência nacional e regionais do Brasil e em três unidades da rede de Laboratórios Centrais de Saúde Pública, dependendo da procedência da amostra.
- Que tipo de amostra deve ser coletada?
O diagnóstico é feito a partir de amostras de secreções de nariz e faringe. O médico pode sugerir a coleta de outros espécimes, se se considerarem outras hipóteses diagnósticas.
- Como o cidadão fica sabendo do resultado dos exames? Qual o tempo para sair o resultado?
Devido ao grande volume de casos leves, dos quais foram coletadas amostras, o Ministério da Saúde decidiu priorizar a realização de exames para os casos considerados graves e para os óbitos.
Os resultados dos exames são encaminhados, de forma concomitante, à Secretaria de Vigilância e às respectivas Secretarias Estaduais de Saúde, que podem disponibilizá-los ao cidadão, por meio da rede de assistência.
- Por que não são realizados exames em todas as pessoas com suspeita da doença?
Nas áreas onde já há casos confirmados laboratorialmente pode-se diagnosticar pelo critério clínico (pessoas da mesma área que apresentem os mesmos sinais ou sintomas) e vínculo epidemiológico (a existência comprovada de outros casos). Não havendo necessidade de comprovação laboratorial.
- Existe um kit de diagnóstico rápido?
Sim, existe um kit de diagnóstico rápido que é usado em alguns países. Porém, ele funciona apenas para dizer se o paciente tem gripe ou não. Mas o teste permite dizer se a infecção é causada pela Influenza A (H1N1) e pode apresentar resultados incorretos.

7. Vacina
- Há previsão para uma vacina? Quais os critérios de distribuição para a mesma? A vacina será paga?
O Instituto Butantã, ligado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, é responsável no Brasil por desenvolver as vacinas contra a gripe comum (sazonal) e estará à frente também do desenvolvimento da imunização contra a influenza A (H1N1). A vacina a ser produzida no Brasil estará disponível no próximo ano. Além de desenvolver a vacina, o MS avaliará, junto ao Butantã, a necessidade de comprar vacinas prontas de outros fabricantes.
Será disponibilizada para as Unidades Federadas da mesma forma que as demais. O público-alvo seguirá o mesmo critério que for definido pela Organização Mundial da Saúde.
8. Suscetibilidade e resistência
- Existe risco de a mulher grávida ter a doença e trazer alguma complicação para a gestação e o feto?
A gravidez é um fator de risco para complicações por influenza.
9. Situação epidemiológica
- Qual a letalidade da influenza A (H1N1)?
A situação epidemiológica atual, no Brasil e no mundo, caracteriza-se por uma pandemia com predominância de casos clinicamente leves e com baixa letalidade. Como não há mais notificação de todos os casos suspeitos e a coleta de material para exames laboratoriais está indicada só para casos graves, por orientação da Organização Mundial da Saúde, é difícil precisar a taxa de letalidade. A média apresentada até o momento é de 0,5 no mundo. A prioridade, no Brasil, no momento, é trabalhar para evitar casos graves e óbitos.
- Como é feito o controle epidemiológico da doença?
Por meio de estratégias integradas, adotadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS): vigilância de doença respiratória grave, investigação de surtos de síndrome gripal, monitoramento das internações e da mortalidade por influenza e pneumonia, vigilância de síndrome gripal em unidades sentinelas.
Assim como já ocorre com surtos de gripe comum, será confirmada uma amostra de casos. As pessoas que estiveram no mesmo ambiente, como casa, escola e trabalho e apresentaram sintomas semelhantes serão confirmados por vínculo epidemiológico. Além disso, há no Brasil 62 unidades de Rede Sentinela em todos os estados, com a função de monitorar a circulação do vírus Influenza e a ocorrência de surtos, por meio da coleta sistemática de amostras e envio aos laboratórios de referência.
- Já foi realizado um sequenciamento genético do vírus?
Sim, a exemplo do que ocorre com a influenza sazonal, cujo monitoramento é feito de forma sistemática.

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